DOS TRAÇOS ROMÂNTICOS À VISÃO DA FAVELA
O DESLIZAR DAS IMAGENS E DOS PROCESSOS DE ESCRITA EM QUARTO DE DESPEJO
Palavras-chave:
Literatura afro-brasileira; narrativa contemporânea; autobiografia.
Resumo
O objetivo geral desse artigo é o estudo dos saberes na obra de Carolina Maria de Jesus e as articulações com os traços românticos e seu espaço de vivência presente na narrativa. Assim como surgem, nessa investigação, os aspectos da organização autobiográfica na narrativa da escritora, a análise se volta às imagens e metáforas recorrentes nas obras. A perspectiva teórica contempla os seguintes recortes: animalidade (SENS, 2019), monstruosidade (NAZARIO, 2003), metáfora (MENDES, 2010), autobiografia (ALBERTI, 1991), repetição (RIBEIRO, 2017). Como corpus da pesquisa tem-se o romance de estreia, de 1960, Quarto de Despejo (2014). Os temas políticos abordados, o lugar do discurso na margem, o desvio de uma escrita das gramáticas normativas, entre outros, foram lidos de forma distinta aos espaços ocupados pelas obras canônicas. Em suma, evidencia-se o caráter transgressor, contribuindo e destacando o impacto social. Os textos da autora constituem um (novo) cânone, diversidade e escrita.
Referências
ALBERTI, V. Literatura e autobiografia: a questão do sujeito na narrativa. Rio de Janeiro: Estudos Históricos, vol. 4, n.7, 1991.
ALMEIDA, M. M.; ALMEIDA, S. C. Alfred Andersch: O devir de um escritor. Análise dos processos de estilização literária de vivências pessoais na construção de uma escrita autobiográfica específica. Porto: FLUP, 1992.
ALVES, E. R. F. Outremização e revide de colonizado e colonizador em The narrative of Jacobus Coetzee (1974), de J. M. Coetzee. Maringá: PLE Uem, 2006.
ANDRADE, L. P. O diário como utopia: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus. Dissertação (Mestrado). Três Lagoas (MS): Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Câmpus de Três Lagoas, 2008.
BAUMAN, Z. O mal-estar da pós-modernidade. Trad. Mauro Gama e Cláudia Martinelli Gama. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. In: MORAES, D. F. L. Ensaio psicanalítico para uma metapsicologia do leitor literário: uma leitura de Água viva de Clarice Lispector. 2011. 133 f. Dissertação (Mestrado). São Paulo: Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, 2011.
CARDOSO, E. P. O animal monstruoso e abjeto no trabalho literário de Hilda Hilst. In: (org.) SERRAVALLE DE SÁ, D; MARKENDORF, M. Monstruosidades: estética e política. Florianópolis: LLE/CCE/UFSC, 2019.
CUNHA, M. A. A. Experiência estética literária. 2021. Disponível em: Acesso em 10 mar. 2022.
DALCASTAGNÈ, R. A auto-representação de grupos marginalizados: tensões e estratégias na narrativa contemporânea. Porto Alegre: Letras de Hoje, v. 42, n. 4, p. 18-31, 2007.
DELEUZE, G; GUATTARI, F. Mil platôs: Capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 1. São Paulo: Ed. 34, 1995.
EVARISTO, C. Da representação à auto-apresentação da Mulher Negra na Literatura Brasileira. Brasília: Palmares, 2005.
FERNANDEZ, R. A. Percursos de uma poética de resíduos na obra de Carolina Maria de Jesus. Araraquara: Itinerários, 2008.
FRANCISCO, A. S. Van Gogh – do Amarelo ao Roxo – Missão e Arte. 128 p. Monografia (pós-graduação) – Fundação Armando Alvares Penteado. São Paulo: FAAP Pós-Graduação, 2010.
GAMA, M.; OLIVEIRA, P. P. L. Relato, literário e antiliterário nas escritas íntimas de Carolina Maria de Jesus e de Ana Cristina Cesar. Juiz de Fora (MG): Verbo de Minas, v. 19, n. 33, p. 90-112, Jan./Jul. 2018.
(org.) GOMES, A. C. Escrita de si: escrita da história. Rio de Janeiro: FGV, 2004.
GONÇALVES, M. A. Um mundo feito de papel: sofrimento e estetização da vida (os diários de Carolina Maria de Jesus). Porto Alegre: Horizontes Antropológicos, ano 20, n. 42, p. 21-47, jul./dez. 2014.
ISER, W. O Ato da Leitura: Uma teoria do Efeito estético. Trad. Johannes Kretschmer. São Paulo: Editora 34, 1999. In: MORAES, D. F. L. Ensaio psicanalítico para uma metapsicologia do leitor literário: uma leitura de Água viva de Clarice Lispector. 2011. 133 f. Dissertação (Mestrado). Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.
KLINGER, D. Escrita de si como performance. Rio de Janeiro: Revista Brasileira de Literatura Comparada, n°12, 2008.
LEJEUNE, P. Le pacto autobiographique. Paris: Seui, 1975. In: ALBERTI, V. Literatura e autobiografia: a questão do sujeito na narrativa. Rio de Janeiro: Estudos Históricos, vol. 4, n.7, 1991.
LOPES, E. A. A importância da leitura e da escrita para Carolina Maria de Jesus: uma análise do seu Quarto de despejo. In: (org.) DUARTE, Constancia Lima; DUARTE, Eduardo de Assis; ALEXANDRE, Marcos Antônio. Falas do outro: literatura, gênero, etnicidade. 1ed. Belo Horizonte - MG: Nandyala, 2010, v. 1, p. 171-177.
MAGNABOSCO, M. M. As fronteiras da palavra em Carolina Maria de Jesus. In: (Org.) Arruda, Aline Alves; Barroca, Iara Christina; Tolentino, Luana; Marreco, Maria Inês. Memorialismo e Resistência - Estudos sobre Carolina Maria de Jesus. Jundiaí: Paco Editorial, 2016, v. 1, p. 7-222.
MENDES, P. Metáfora. E-Dicionário de Termos Literários. 2010. Disponível em:
MORAES, D. F. L. Ensaio psicanalítico para uma metapsicologia do leitor literário: uma leitura de Água viva de Clarice Lispector. 2011. 133 f. Dissertação (Mestrado). Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
NAZARIO, L. Da natureza dos monstros. São Paulo: Arte e Ciência, 2003.
PAVANI. C. F. A Dimensão Lúdica da Literatura: Ponte para a Construção de Significados. Porto Alegre: PPG-LET-UFRGS, vol. 06 n. 02, jul/dez 2010.
PERPÉTUA, E. D. Aquém do Quarto de despejo: a palavra de Carolina Maria de Jesus nos manuscritos de seu diário. Brasília: Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n. 22., janeiro/junho de 2003, p. 63-83.
RAPOSO, P. “Artivismo”: articulando dissidências, criando insurgências. Salvador: Cadernos de Arte e Antropologia, v. 4, n. 2, p. 3-12, 2015.
RIBEIRO, H. Repetição, uma ética da literatura. Rio Grande do Sul: Ícaro, 2017.
SANTOS, L. G. A. Carolina Maria de Jesus: análise identitária em Quarto de Despejo - diário de uma favelada. Dissertação (Mestrado). Catalão (GO): Programa de Mestrado em Estudos da Linguagem - UFG Regional Catalão, 2015.
SENS, R. M. Hierarquias pós-apocalípticas e monstruosas: Heroes and villains, de Angela Carter. In: (org.) SERRAVALLE DE SÁ, D; MARKENDORF, M. Monstruosidades: estética e política. Florianópolis: LLE/CCE/UFSC, 2019.
TOLEDO, C. V. S. O estudo da escrita de si nos diários de Carolina Maria de Jesus: a célebre desconhecida na literatura brasileira. Dissertação (Mestrado). Porto Alegre: PUCRS, 2011.
VALÉRIO, A. C. F. A poesia de Carolina Maria de Jesus: um estudo de seu projeto estético, de suas temáticas e de sua natureza quilombola. Tese (Doutorado). Londrina: PPGL-UEL, 2020.
VIANA, M. J. M. Do sótão à vitrine: memórias de mulheres. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1995. In: LOPES, E. A. A importância da leitura e da escrita para Carolina Maria de Jesus: uma análise do seu Quarto de despejo. In: (org.) DUARTE, Constancia Lima; DUARTE, Eduardo de Assis; ALEXANDRE, Marcos Antônio. Falas do outro: literatura, gênero, etnicidade. 1ed. Belo Horizonte - MG: Nandyala, 2010, v. 1, p. 171-177.
ALMEIDA, M. M.; ALMEIDA, S. C. Alfred Andersch: O devir de um escritor. Análise dos processos de estilização literária de vivências pessoais na construção de uma escrita autobiográfica específica. Porto: FLUP, 1992.
ALVES, E. R. F. Outremização e revide de colonizado e colonizador em The narrative of Jacobus Coetzee (1974), de J. M. Coetzee. Maringá: PLE Uem, 2006.
ANDRADE, L. P. O diário como utopia: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus. Dissertação (Mestrado). Três Lagoas (MS): Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Câmpus de Três Lagoas, 2008.
BAUMAN, Z. O mal-estar da pós-modernidade. Trad. Mauro Gama e Cláudia Martinelli Gama. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. In: MORAES, D. F. L. Ensaio psicanalítico para uma metapsicologia do leitor literário: uma leitura de Água viva de Clarice Lispector. 2011. 133 f. Dissertação (Mestrado). São Paulo: Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, 2011.
CARDOSO, E. P. O animal monstruoso e abjeto no trabalho literário de Hilda Hilst. In: (org.) SERRAVALLE DE SÁ, D; MARKENDORF, M. Monstruosidades: estética e política. Florianópolis: LLE/CCE/UFSC, 2019.
CUNHA, M. A. A. Experiência estética literária. 2021. Disponível em:
DALCASTAGNÈ, R. A auto-representação de grupos marginalizados: tensões e estratégias na narrativa contemporânea. Porto Alegre: Letras de Hoje, v. 42, n. 4, p. 18-31, 2007.
DELEUZE, G; GUATTARI, F. Mil platôs: Capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 1. São Paulo: Ed. 34, 1995.
EVARISTO, C. Da representação à auto-apresentação da Mulher Negra na Literatura Brasileira. Brasília: Palmares, 2005.
FERNANDEZ, R. A. Percursos de uma poética de resíduos na obra de Carolina Maria de Jesus. Araraquara: Itinerários, 2008.
FRANCISCO, A. S. Van Gogh – do Amarelo ao Roxo – Missão e Arte. 128 p. Monografia (pós-graduação) – Fundação Armando Alvares Penteado. São Paulo: FAAP Pós-Graduação, 2010.
GAMA, M.; OLIVEIRA, P. P. L. Relato, literário e antiliterário nas escritas íntimas de Carolina Maria de Jesus e de Ana Cristina Cesar. Juiz de Fora (MG): Verbo de Minas, v. 19, n. 33, p. 90-112, Jan./Jul. 2018.
(org.) GOMES, A. C. Escrita de si: escrita da história. Rio de Janeiro: FGV, 2004.
GONÇALVES, M. A. Um mundo feito de papel: sofrimento e estetização da vida (os diários de Carolina Maria de Jesus). Porto Alegre: Horizontes Antropológicos, ano 20, n. 42, p. 21-47, jul./dez. 2014.
ISER, W. O Ato da Leitura: Uma teoria do Efeito estético. Trad. Johannes Kretschmer. São Paulo: Editora 34, 1999. In: MORAES, D. F. L. Ensaio psicanalítico para uma metapsicologia do leitor literário: uma leitura de Água viva de Clarice Lispector. 2011. 133 f. Dissertação (Mestrado). Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.
KLINGER, D. Escrita de si como performance. Rio de Janeiro: Revista Brasileira de Literatura Comparada, n°12, 2008.
LEJEUNE, P. Le pacto autobiographique. Paris: Seui, 1975. In: ALBERTI, V. Literatura e autobiografia: a questão do sujeito na narrativa. Rio de Janeiro: Estudos Históricos, vol. 4, n.7, 1991.
LOPES, E. A. A importância da leitura e da escrita para Carolina Maria de Jesus: uma análise do seu Quarto de despejo. In: (org.) DUARTE, Constancia Lima; DUARTE, Eduardo de Assis; ALEXANDRE, Marcos Antônio. Falas do outro: literatura, gênero, etnicidade. 1ed. Belo Horizonte - MG: Nandyala, 2010, v. 1, p. 171-177.
MAGNABOSCO, M. M. As fronteiras da palavra em Carolina Maria de Jesus. In: (Org.) Arruda, Aline Alves; Barroca, Iara Christina; Tolentino, Luana; Marreco, Maria Inês. Memorialismo e Resistência - Estudos sobre Carolina Maria de Jesus. Jundiaí: Paco Editorial, 2016, v. 1, p. 7-222.
MENDES, P. Metáfora. E-Dicionário de Termos Literários. 2010. Disponível em:
MORAES, D. F. L. Ensaio psicanalítico para uma metapsicologia do leitor literário: uma leitura de Água viva de Clarice Lispector. 2011. 133 f. Dissertação (Mestrado). Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
NAZARIO, L. Da natureza dos monstros. São Paulo: Arte e Ciência, 2003.
PAVANI. C. F. A Dimensão Lúdica da Literatura: Ponte para a Construção de Significados. Porto Alegre: PPG-LET-UFRGS, vol. 06 n. 02, jul/dez 2010.
PERPÉTUA, E. D. Aquém do Quarto de despejo: a palavra de Carolina Maria de Jesus nos manuscritos de seu diário. Brasília: Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n. 22., janeiro/junho de 2003, p. 63-83.
RAPOSO, P. “Artivismo”: articulando dissidências, criando insurgências. Salvador: Cadernos de Arte e Antropologia, v. 4, n. 2, p. 3-12, 2015.
RIBEIRO, H. Repetição, uma ética da literatura. Rio Grande do Sul: Ícaro, 2017.
SANTOS, L. G. A. Carolina Maria de Jesus: análise identitária em Quarto de Despejo - diário de uma favelada. Dissertação (Mestrado). Catalão (GO): Programa de Mestrado em Estudos da Linguagem - UFG Regional Catalão, 2015.
SENS, R. M. Hierarquias pós-apocalípticas e monstruosas: Heroes and villains, de Angela Carter. In: (org.) SERRAVALLE DE SÁ, D; MARKENDORF, M. Monstruosidades: estética e política. Florianópolis: LLE/CCE/UFSC, 2019.
TOLEDO, C. V. S. O estudo da escrita de si nos diários de Carolina Maria de Jesus: a célebre desconhecida na literatura brasileira. Dissertação (Mestrado). Porto Alegre: PUCRS, 2011.
VALÉRIO, A. C. F. A poesia de Carolina Maria de Jesus: um estudo de seu projeto estético, de suas temáticas e de sua natureza quilombola. Tese (Doutorado). Londrina: PPGL-UEL, 2020.
VIANA, M. J. M. Do sótão à vitrine: memórias de mulheres. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1995. In: LOPES, E. A. A importância da leitura e da escrita para Carolina Maria de Jesus: uma análise do seu Quarto de despejo. In: (org.) DUARTE, Constancia Lima; DUARTE, Eduardo de Assis; ALEXANDRE, Marcos Antônio. Falas do outro: literatura, gênero, etnicidade. 1ed. Belo Horizonte - MG: Nandyala, 2010, v. 1, p. 171-177.
Publicado
2023-01-16
Seção
Artigos
Copyright (c) 2022 REVISTA DIÁLOGO E INTERAÇÃO
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
