“NÃO SOU FREIRA NEM SOU PUTA”
INTERARTES E O EMPODERAMENTO FEMININO
Resumo
Este manuscrito buscou, por meio da análise discursiva, articular o empoderamento feminino em um contexto historicamente machista e patriarcal. Na escrita contemporânea feminina há diversos limites, alguns são: a identidade feminina, o ensejo e a subjetividade. Dessa forma, torna-se necessário um ensino que circunscreva a diversidade e a pluralidade existentes na sociedade. Partindo desse pressuposto, traçamos como objetivo geral: Realizar um estudo descritivo-analítico de alguns caminhos articulados pelo feminismo e seus reflexos em esfera literária. Decorrem daí, o objetivo específico de analisar uma canção de Lee e Duncan por meio de elementos literários levando em consideração aspectos artísticos, sociais e histórico-culturais. Nesse esteio, dá-se destaque à manifestação de um espaço feminino empoderado construído pelo ponto optíco de uma mulher rebelada, ativa e crítica com os parâmetros de seu cronotopo. A pesquisa teve como aporte teórico os estudos de Costa (2002), Pontes (2006), Culler (1997) e Melo (2020), dentre outros. Os resultados apontaram para o fato de que, por meio de discursos retratados na canção Pagu, velhos paradigmas sociais foram confrontados e reinterpretados, corroborando a formação de sujeitos críticos e participativos socialmente.
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