SOBRE AS AUTONARRATIVAS E A DESCOBERTA COMPLEXA DE SI COMO MÉTODO DE PESQUISA NAS CIÊNCIAS HUMANAS

  • Alan Ricardo Costa UNISC
  • Maira Meira Pinto Universidade de Santa Cruz do Sul
  • Fabiana Piccinin Universidade Federal de Santa Catarina
  • Raquel Maria de Oliveira Viçosa
Palavras-chave: Autonarrativas, Ciências Humanas, Complexidade, Ontoepistemogênese, Auto-organização

Resumo

Nosso objetivo com o presente artigo é discutir a produção de narrativas enquanto método/instrumento complexo de subjetivação, na ótica do Grupo de Ações e Investigações Autopoiéticas (GAIA), no qual estamos inseridos enquanto pesquisadores. A justificativa para tal proposta está atrelada à importância da subjetivação no fazer científico e nas ciências humanas, sobretudo na seara da Educação. Para dar conta do objetivo proposto, apresentamos algumas leituras e interpretações tecidas sobre autonarrativas escritas em anos anteriores (2017 e 2018) por 4 pesquisadores participantes do GAIA: dois bolsistas de iniciação científica e dois pesquisadores de Mestrado/Doutorado em Programas de Pós-Graduação em Educação. Em termos metodológicos, a leitura das autonarrativas foi desenvolvida no viés da pesquisa qualitativa, a partir de operadores teóricos com os quais trabalhamos em nossas pesquisas, sobretudo alguns conceitos fundantes do Pensamento Complexo e da Biologia da Cognição. Nesse sentido, o referencial teórico do estudo abarca a Teoria da Autopoiesis e outras perspectivas teóricas constituintes do Paradigma da Complexidade. De nossas leituras sensíveis e das interpretações tecidas sobre as autonarrativas, destacamos a ontoepistemogênese e a auto-organização enquanto operadores teóricos fundamentais para o estudo das autonarrativas no fazer científico contemporâneo.

Biografia do Autor

Maira Meira Pinto, Universidade de Santa Cruz do Sul

Possui graduação em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2000), mestrado em Serviço Social (2002) e doutorado em Educação (2009) pela mesma Instituição. Pesquisa sobre Responsabilidade Social Universitária e temáticas relacionadas à teoria da auto-organização e complexidade. Atualmente é docente nos Cursos de Serviço Social (presencial e EaD) e de Medicina da UNISC. Tem experiência na área de Serviço Social, atuando principalmente na área de extensão e pesquisa da Universidade, através de projetos sociais em comunidade, na área educacional e no campo da saúde.

Fabiana Piccinin, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui graduação em Jornalismo em Comunicação Social pela Universidade Federal de Santa Maria (1992), graduação em Letras - Inglês pela Universidade de Santa Cruz do Sul (2015) e doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2007). É professora adjunta da Universidade Federal de Santa Catarina, onde atua como professora do Departamento de Jornalismo. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Teorias do Jornalismo, Jornalismo e Literatura, Narrativas Jornalísticas e Mídia, Telejornalismo e novas tecnologias. É vice-coordenadora do grupo de pesquisa "Grupo de Estudos em Narrativas Literárias e Mídia" (GENALIM - CNPQ), da Pesquisa de Valores Mundiais (UFRGS-CNPQ) e integrante do Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Telejornalismo (GIPTele -CNPQ). Faz parte da RENAMI, Media Narratives Network e TELEJOR, Telejournalism Network, ambas vinculadas à SBPJor (Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo) e faz parte do US International Exchange Alumni. 

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Publicado
2023-01-16

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