SOBRE AS AUTONARRATIVAS E A DESCOBERTA COMPLEXA DE SI COMO MÉTODO DE PESQUISA NAS CIÊNCIAS HUMANAS
Resumo
Nosso objetivo com o presente artigo é discutir a produção de narrativas enquanto método/instrumento complexo de subjetivação, na ótica do Grupo de Ações e Investigações Autopoiéticas (GAIA), no qual estamos inseridos enquanto pesquisadores. A justificativa para tal proposta está atrelada à importância da subjetivação no fazer científico e nas ciências humanas, sobretudo na seara da Educação. Para dar conta do objetivo proposto, apresentamos algumas leituras e interpretações tecidas sobre autonarrativas escritas em anos anteriores (2017 e 2018) por 4 pesquisadores participantes do GAIA: dois bolsistas de iniciação científica e dois pesquisadores de Mestrado/Doutorado em Programas de Pós-Graduação em Educação. Em termos metodológicos, a leitura das autonarrativas foi desenvolvida no viés da pesquisa qualitativa, a partir de operadores teóricos com os quais trabalhamos em nossas pesquisas, sobretudo alguns conceitos fundantes do Pensamento Complexo e da Biologia da Cognição. Nesse sentido, o referencial teórico do estudo abarca a Teoria da Autopoiesis e outras perspectivas teóricas constituintes do Paradigma da Complexidade. De nossas leituras sensíveis e das interpretações tecidas sobre as autonarrativas, destacamos a ontoepistemogênese e a auto-organização enquanto operadores teóricos fundamentais para o estudo das autonarrativas no fazer científico contemporâneo.
Referências
BARTHES, Roland. Introdução à Análise Estrutural da Narrativa. In: BARTHES, Roland et al. (Org.). Análise estrutural da narrativa. 7ª ed. Petrópolis: Loyola, 2011. 300p.
BOETTCHER, Dulci Marlise; PELLANDA, Nize Maria Campos (Org.). Vivências autopoiéticas. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2010.
COSTA, Alan Ricardo. Contribuições para uma cartografia complexa da ontoepistemogênese: autonarrativas e formação docente na Educação a Distância. Tese de Doutorado em Letras. UNISC: Santa Cruz do Sul. 2021. Disponível em:
COSTA, Alan Ricardo. Sistemas Adaptativos Complexos e Linguística Aplicada: organizando a literatura da área. Revista Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 14, n. 1, p. 311-339, 2020. Disponível em:
COSTA, Alan Ricardo; PICCININ, Fabiana Quatrin. Memoriais autobiográficos no viés da Complexidade: um conceito para a formação docente. Revista Gatilho, Juiz de Fora, v. 18, p. 231-252, 2020. Disponível em:
GAI, Eunice Terezinha Piazza. Narrativas e conhecimento. Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, v. 5, n. 2, p. 137-144, jul./dez. 2009.
GUSTSACK, Felipe; PELLANDA, Nize Maria Campos; BOETTCHER, Dulci Marlise. Contribuições para uma Epistemologia da Complexidade. In: Viver/conhecer na perspectiva da complexidade - Experiências de pesquisa. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2017.
LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Tradução: Heloísa Monteiro e Francisco Settineri. Porto Alegre: Artes Médicas; Belo Horizonte: UFMG, 1999.
MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco. De máquinas e seres vivos: autopoiese - a organização do vivo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. Tradução: Jonas Pereira dos Santos. São Paulo: Palas Athena, 1995, 270p.
MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2011.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 9ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.
MORIN, Edgar. Ciência com consciência. Tradução: Maria D. Alexandre e Maria Alice Sampaio. 4ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
MORIN, Edgar. O método 1: a natureza da natureza. Tradução: Ilana Heineberg. 2ª ed. Porto Alegre: Sulina, 2005a.
MORIN, Edgar. O método 2: a vida da vida. Tradução: Marina Lobo. 3ª ed. Porto Alegre: Sulina, 2005b.
MOTTA, Luiz Gonzaga. A teoria da narrativa – narratologia. In: MOTTA, Luiz Gonzaga. (Org.). Análise crítica da narrativa. Brasília (DF): Editora da UnB, 2013. p. 71-93.
OLIVEIRA, Clara Costa; PELLANDA, Nize Maria Campos; BOETTCHER, Dulci; REIS, Ana (Org.). Aprendizagem e sofrimento: narrativas. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2012.
PELLANDA, Nize Maria Campos; BOETTCHER, Dulci Marlise. O esgotamento do paradigma clássico e a emergência da Complexidade. In: PELLANDA, Nize Maria Campos; BOETTCHER, Dulci Marlise; PINTO, Maira Meira (Org.). Viver/conhecer na perspectiva da complexidade - Experiências de pesquisa. 1ª ed. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2017.
PELLANDA, Nize Maria Campos; BOETTCHER, Dulci Marlise. A construção de um projeto de pesquisa na perspectiva da complexidade. In: Revista Reflexão e Ação. Santa Cruz do Sul, v. 21, n. 2, p. 274-289, jul./dez. 2013.
PELLANDA, Nize Maria Campos; BOETTCHER, Dulci Marlise; PINTO, Maira Meira. (Org.) Viver/conhecer na perspectiva da complexidade - Experiências de pesquisa. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2017. Disponível em:
PICCININ, Fabiana. O (complexo) exercício de narrar e os formatos múltiplos: para pensar a narrativa no contemporâneo. In: PICCININ, Fabiana; SOSTER, Demétrio de Azeredo. (Org.) Narrativas comunicacionais complexificadas. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2012, v. 1, p. 68-88.
SADE, Christian. Enação e Metodologias de Primeira Pessoa: o reencantamento do concreto das investigações da experiência. Informática na Educação: teoria & prática Porto Alegre, v. 12, n. 2, p. 42-58, 2009.
SCHOLES, Robert; KELLOG, Robert. A natureza da narrativa. São Paulo: McGraw-Hill, 1977. 234p.
Copyright (c) 2022 REVISTA DIÁLOGO E INTERAÇÃO
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png)
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.