PARA TER ONDE SE IR:

HABITAR POÉTICOE ACONTECIMENTO EM MAX MARTINS

  • Adonai da Silva de Medeiros
Palavras-chave: Para ter onde ir, Habitar poético, Acontecimento poéticoapropriativo, Travessia., Experienciação

Resumo

Viagem mais do que necessária, Para ter onde ir é um livro cuja travessia poética se efetiva como um habitar, de modo que o poeta habita porque há um acontecimento apropriativo que o conduz para ter onde ir. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo interpretar o habitar poético e como ele vem eivado de um acontecimento poético-apropriativo na obra Para ter onde ir, de Max Martins (2016). O habitar poético será pensado como a casa onde o ser mora e para onde o poeta se põe a caminho, havendo, assim, a construção de poemas que se referenciam à casa que vigia, isto é, o poema é como um suporte no qual o poeta se reporta ao que aprendeu estando em travessia. Isso se encaminhará e se aprofundará por um acontecimento poético-apropriativo, pois que o poeta, para propriamente apropriar-se do que lhe é próprio e o pertence, conduz sua travessia agindo/pensando, de maneira a se relacionar com o ser ao se assumir como entre-ser (Dasein), promovendo uma experienciação. Autores como Heidegger (2003a, 2003b, 2008, 2015), Benedito Nunes (1998, 2011, 1992), Manuel Antônio de Castro (2014a, 1982, 2014b), Paes Loureiro (2000) e Octávio Paz (1982), acompanhar-nos-ão neste trabalho. O poético do habitar promove a consumação do que o poeta recebeu para ser acolhido como seu: sua morada.

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Publicado
2021-12-16