TESSITURA DO DISCURSO EM “CAPITÃES DA AREIA”
UMA ANÁLISE À LUZ DA AD DE FOUCAULT.
Resumo
Este estudo analisa a obra literária "Capitães da Areia", de Jorge Amado, sob a perspectiva da Análise do Discurso (AD) de Michel Foucault, explorando a relação entre o texto, a linguagem, o contexto e o poder. O objetivo é desvendar como os elementos linguísticos e discursivos contribuem para a construção do significado do texto literário, contextualizando-os dentro do período histórico e social do Brasil na década de 1930. Os referenciais teóricos utilizados incluem as obras de Michel Foucault (1986, 2000), Amado (2009), Bosi (1994), e Koch e Elias (2006). A metodologia empregada consiste na aplicação dos conceitos da Análise do Discurso de Foucault para a interpretação da linguagem e dos discursos presentes na obra de Amado. A riqueza do regionalismo presente na obra "Capitães da Areia", de Jorge Amado, não apenas enriquece a narrativa, mas também proporciona uma imersão autêntica na cultura baiana, refletindo a diversidade sociocultural da região e contribui para uma análise mais profunda das relações entre poder, discurso e sociedade. Os destinos diversos dos personagens na obra, representativos de escolhas individuais em meio às adversidades, evidenciam as pressões sociais, políticas e econômicas que os cercam, revelando as diferentes possibilidades de resistência e busca por autonomia. Esses desfechos, analisados à luz da AD de Foucault, demonstram como os significados propostos por Jorge Amado estão intrinsecamente ligados ao contexto social e histórico da narrativa.
Referências
AMADO, Jorge. Discurso de Posse na Academia Brasileira de Letras. Site Academia Brasileira de Letras, 1981. Disponível em: https://www.academia.org.br/academicos/jorge-amado/discurso-de-posse.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1997.
CARLOS, Eduardo A., & FERREIRA, Maria M. Leitura plural de "Capitães da Areia" de Jorge Amado. 2009. I Congresso Nacional de Linguagens e Representações: Linguagens e Leituras III Encontro Nacional da Cátedra UNESCO de Leitura - Ilhéus – BA, 2009. Recuperado de http://www.uesc.br/eventos/iconlireanais/iconlire_anais/anais-15.pdf
FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense, 1986.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. São Paulo: Edições Loyola, 2000.
DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil. São Paulo: Ática, 1995.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto. 2006.
PALHANO, Herbert. A língua popular. Rio de Janeiro: Organização Simões. 1958.
PETIT, Michèle. A arte de ler: ou como resistir à adversidade. Tradução Arthur Bueno e Camila Boldrini. São Paulo: Ed. 34, 2009.
PONTES, Matheus de Mesquita. Jorge Amado e a literatura de combate: da literatura de engajada à literatura militante de partido. In: Revista REVELLI, Educação, Linguagem e Literatura da UEG-Inhumas. ISSN 1984-6576 - v. 1, n. 2, outubro de 2009. Disponível em: https://www.revista.ueg.br/index.php/revelli/article/view/2845/1805
SOARES, Magda. As condições sociais da leitura: uma reflexão em contraponto. In: ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel Theodoro da (org.). Leitura: perspectivas interdisciplinares. 2. ed. São Paulo: Ática, 1991.
Copyright (c) 2024 REVISTA DIÁLOGO E INTERAÇÃO
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.