O estrangeiro e a pintura impressionista

representações da opressão sobre o universo das personagens

Palavras-chave: O estrangeiro, Albert Camus, Literatura francesa, Impressionismo

Resumo

Este artigo tem por objetivo explorar alguns aspectos relacionados à personagem de Meursault, o homem absurdo de Camus, preso em um presente perpétuo, e levantar questões sobre a descrição do espaço, aproximando algumas passagens da obra, O estrangeiro, de algumas pinturas do movimento impressionista e a maneira de os cenários refletirem o sentimento e o estado da personagem dentro da narrativa. As pinturas selecionadas para estabelecer a comparação com o romance camusiano são as seguintes: Tarde de domingo na ilha de Grande Jatte, de Georges-Pierre Seurat (1884-1886), Minha casa em Teresópolis, de Eliseu Visconti (1932) e No cafezal, de Georgina de Albuquerque (1930). Como suporte teórico para as análises, são empregados os estudos de Leite (1994), Simioni (2002), Carpeaux (2008), Toti (2013), Alves (2021), Toledo (2022).

Biografia do Autor

Altamir Botoso, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS

Doutor em Letras, na área de Teoria Literária e Literatura Comparada, pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Campus de Assis-SP. Atualmente, é docente do Mestrado em Letras e do Curso de Letras/Espanhol da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS, Campus de Campo Grande-MS. Graduou-se em Letras/Português/Inglês/Espanhol/Francês/Italiano e suas respectivas literaturas pela Unesp. Atua na área de literatura e língua espanhola, com ênfase em romance picaresco, malandro e histórico. Contato: abotoso@uol.com.br

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Publicado
2024-08-08